De acordo com o texto, o autor expõe alguns aspectos que condicionam a existência de desigualdades no Brasil, relacionando o problema educacional ao processo de privatização e descentralização. Sendo assim, o Brasil, como o maior país da América Latina em termos de território, também possui grandes problemas ligados à Educação. Atualmente verificamos uma tentativa da massificação da educação, onde a mesma impõe um ensino “homogêneo” a um país de tantas diferenças culturais. Ao me referir às diferenças culturais, quero dizer que nosso país é privilegiado pela riqueza das culturas que possui e, no entanto, o que parece é que ainda continuamos importando formas e métodos “adequados” de países de desenvolvidos na forma de melhorar a educação brasileira. Ao ler o texto me lembrei do livro didático que dispomos em nossa escola, o qual, apesar de ter uma boa qualidade, foi escrito por um carioca. Então, como vou falar de aspectos físicos da região do RJ aos meus alunos do RS? Obviamente que não devemos limitar nossas constatações apenas ao âmbito regional, mas há de se admitir que é necessário partir da realidade do aluno. Outro aspecto que me chamou a atenção no texto foi em relação à falta de legitimidade por parte do corpo docente ao defender o ensino público quando seus filhos estão na escola privada. Naturalmente que se entende o porquê disto, no entanto, me pergunto como poderemos aderir a uma causa se não acreditamos nela? Na minha escola tinha uma professora que adorava contar sobre as conquistas do filho na escola onde ele estudava, a qual era particular. Ao mesmo tempo, esta mesma professora, contava sobre a escola pública do interior onde o irmão dela era diretor. Falava do quanto era bem organizada, da qualidade do ensino, enfim. O que mais me incomodava eram as atitudes dela como profissional, pois era uma das pessoas menos disponíveis a participar de atividades e a propor mudanças. Era lamentável.
Voltando ao texto, ele nos leva a uma reflexão entre a lógica de mercado e o ensino das escolas brasileiras, ou seja, como haveremos de ter uma melhoria na educação se a estrutura escolar reproduz tal lógica, tendo em vista apenas o lucro através da eficiência. Se voltarmos um pouco no tempo, na época do regime militar, onde a educação tinha como pressupostos a racionalidade, eficiência e produtividade, o que nota-se é que continuamos a buscar a eficiência e produtividade em uma escola configurada em princípios racionais, onde privilegia-se a razão em detrimento da intuição escancarados através do ensino compartimentado ao invés do interdisciplinar. Segundo LUTZENBERGER (1995), “O capitalismo é mais sutil, procura absorver, envolver, doutrinar subliminarmente. Onde não consegue integrar e dominar, aliena, desmoraliza e marginaliza.” Dessa forma sutil o ensino público vai se confundindo com o senso comum, legitimando cada vez mais as relações de poder de uma sociedade elitista onde não há lugar para as classes menos favorecidas. Quando me refiro a fusão do ensino ao senso comum, quero dizer que de forma sutil definem-se metas em relação à melhoria da educação sem levar em conta a natureza do problema. Jamais teremos um ensino público de qualidade enquanto houver descentralização, ou seja, sem o Estado como meio regulador não conseguiremos avançar, pois isto reforça as desigualdades regionais. Um exemplo disso é o PNLD onde o governo direciona recursos públicos na compra de livros didáticos de editoras, beneficiando o setor privado. Outro exemplo de investimentos no setor privado é o da empresa BUNGE, que ganhou 17 (dezessete) anos de isenção de impostos para se estabelecer no Cerrado brasileiro, o explorando de forma irreparável na região do Piauí, enquanto este estado possui o menor índice de desenvolvimento do país. Em um país de tantas contradições sociais não há como avançar no desenvolvimento.
Postado por DANIELA DE OLIVEIRA PIRES em 18/11/2008 19:31
Olá Viviane, Meus Parabéns pelo seu texto. Está muito bom, você procurou interagir com as idéias do autor, buscou o diálogo com a obra. Parabéns. Muito bem desnvolvido o seu texto. Abraços, Daniela. PS.Estou te devendo o comentário da atividade passada. Realizei o comentário e não consegui postar. Esta semana estarei enviando. Daniela.